segunda-feira, 19 de março de 2012

Aleitamento materno




Aleitamento materno

O aleitamento materno é fundamental para o desenvolvimento saudável de uma criança e envolve, além de aspectos biológicos, aspectos psíquicos, subjetivos e emocionais.

A amamentação não assegura um bebê saudável do ponto de vista psíquico se este momento não estiver sendo vivenciado com amor, envolvimento, aconchego, acolhimento entre mãe e filho...

A motivação para escrever sobre este assunto surgiu com o caso de uma jovem mãe de 32 anos. 

Beatriz * conta, com dificuldade, a culpa que vinha sentindo por não ter amamentado a filha pelo tempo que gostaria. 

Frustração, incapacidade, baixa autoestima, distanciamento da filha... 

Para ela o fato de não ter amamentado estava funcionando como um atestado de incapacidade de ser uma boa mãe...

Não sendo uma boa mãe, ela não deveria estar tão próxima da filha...

A situação de Beatriz não é um caso isolado. Muitas são as mulheres que experimentam sensações semelhantes. Isso se deve principalmente ao fato de culturalmente o aleitamento materno estar associado à imagem de uma boa maternagem. 

Com isso, a pressão e as expectativas criadas acabam muitas vezes dificultando a amamentação uma vez que muitas mulheres passam a se sentir obrigadas a cumprir um papel estabelecido e consequentemente fracassadas ao não conseguirem. O medo do fracasso acaba contribuindo para que este de fato ocorra ou para gerar maior sofrimento psíquico quando, por algum motivo, a mãe não pode ou não consegue amamentar. As consequências negativas são para mãe e filho...

Será que o fato de não poder ou não conseguir amamentar faz que uma mulher não seja uma boa mãe? Será que a mulher que amamenta seu filho de forma completamente fria e distante emocionalmente é melhor ou mais capaz do que a mulher que nutre seu filho com uma mamadeira de forma amorosa e cuidadosa? O que faz da mulher uma boa mãe? Essas são algumas das perguntas que devemos nos fazer.

Do ponto de vista psicológico não importa se a amamentação é realizada através do seio ou da mamadeira. O que importa é a qualidade da relação estabelecida entre a mãe e a criança, a presença do corpo da mãe, o olhar da mãe para o bebê, o afeto envolvido. 

Desta forma, a representação simbólica e imaginária do ser uma boa mãe atrelada à imposição da amamentação podem trazer inúmeras repercussões psíquicas.

Desconstruir a crença de que não poder ou não conseguir amamentar significa não ser uma boa mãe certamente contribuirá para relações mais saudáveis entre mães e filhos.

* Nome fictício

Ananda de Moura Resende
Psicóloga
(22)9828-2052/3051-4719

6 comentários:

  1. Esse, especialmente, adorei, amiga! Estou acompanhando, está muito bacana! Bjos

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    1. Ótimo!!! Estou curtindo bastante escrever e compartilhar... fico ainda mais entusiasmada com o retorno positivo de vcs!Bjos

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  2. Ananda, você sabe usar as palavras. Me envolvi na leitura dos textos. Parabéns pelo blog! Beijos, Laís

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    1. Obrigada Laís... Continue participando deste espaço que tem sido construído com tanto carinho... Beijos

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  3. Concordo Dra Ananda.Tendo amor, atenção e aconchego da mãe, mesmo com a mamdeira a criança não vai se sentir rejeitada. Tive uma gravidez de risco com o bebê pré matura. O médico pediu que ela fosse alimentada com leite materno. Para amamenta-la ficava muito irritada, impaciênte, traumatizada com a situação...então aconselhada pelo pediatra conseguimos uma ama de leite.Fiquei mais tranquila e a minha filhinha mamava todas. Se desenvolveu rapidamente...e todos ficaram bem....Cliente do Viver Bem

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    1. Imagino o quanto sua filha ficou mais confortável com você mais tranquila e carinhosa... Independente da forma como mamou, foi possível fazer deste momento algo saudável para você e para ela... É isso aí!

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